quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Ao mundo.



29/01/2012

Ao mundo, com dor.

Necessito, é a palavra inicial. Tudo começa assim. Os sonhos, os desejos, os amores e as dores de uma vida qualquer, uma vida comum.
Eu sou comum. Entretanto sou único. Isso me faz crer que meu valor é inestimável e o de cada pessoa que vive ou já viveu neste planeta. Quem, lucidamente, já passou por aqui, sabe bem a carga existencial que a vida traz.
A pergunta é simples. Mas a resposta parece não existir. Parece ainda não haver faculdades cognitivas que me possibilitem explicar do que estou falando. Não consigo traduzir em palavras, nem em sons, muito menos em cores. Sinto-me limitado como um rio tentando passar por uma torneira.
Em algum lugar, em algum tempo encontrarei sentido ao que sinto e ao meu propósito (se houver algum, e eu sei que há)  
Enquanto tomo meu café puro e forte, levemente adoçado e biscoitos de água e sal ouço os sons do mundo lá fora, toda aquela dinâmica, todo aquele contingente de pessoas com propósitos e objetivos dos mais diversos. Tanto movimento, tanta vida! Pra onde vai tudo isso? As pessoas se movem sabendo ou não aonde vão chegar, tantas possibilidades, um mar de infinitude e eu aqui escrevendo sobre isso.
Percebi que precisamos uns dos outros, a solidão é traiçoeira. Em nossa mente escondem-se os pensamentos mais tenebrosos e a paciência é uma grande virtude. Há algum tempo venho tentando saber quem sou. Pode parecer simples, mas não é mesmo. Simplesmente não consigo me definir, sei o que gosto, o que acho, em parte sei como sou, reconheço alguns traços de personalidade, e flexão para algumas correntes filosóficas.
 Mas quem eu sou? Eu não sei. Isso incomoda todos os dias. Esquecer que ainda não sei é confortável.
Quero ter amigos, quero ter dinheiro, quero lazer e diversão, quero proporcionar bons momentos a quem amo, quero ser forte, quero segurança ,quero a certeza que não tenho, quero que a vida seja mais do que acordar todos os dias e ir trabalhar, quero não ter que ter um motivo para falar com quem eu gosto, quero que “tudo bem?” não seja só uma pergunta retórica, quero o mundo melhor, quero dormir mais, quero ir a lugares bonitos, quero não me preocupar com o que os outros vão pensar, quero que me aceitem como eu sou, quero que este mundo não seja um lugar de penitência.

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