29/01/2012
Ao mundo, com dor.
Necessito, é a palavra
inicial. Tudo começa assim. Os sonhos, os desejos, os amores e as dores de uma
vida qualquer, uma vida comum.
Eu sou comum. Entretanto sou
único. Isso me faz crer que meu valor é inestimável e o de cada pessoa que vive
ou já viveu neste planeta. Quem, lucidamente, já passou por aqui, sabe bem a
carga existencial que a vida traz.
A pergunta é simples. Mas a
resposta parece não existir. Parece ainda não haver faculdades cognitivas que
me possibilitem explicar do que estou falando. Não consigo traduzir em
palavras, nem em sons, muito menos em cores. Sinto-me limitado como um rio
tentando passar por uma torneira.
Em algum lugar, em algum
tempo encontrarei sentido ao que sinto e ao meu propósito (se houver algum, e
eu sei que há)
Enquanto tomo meu café puro
e forte, levemente adoçado e biscoitos de água e sal ouço os sons do mundo lá
fora, toda aquela dinâmica, todo aquele contingente de pessoas com propósitos e
objetivos dos mais diversos. Tanto movimento, tanta vida! Pra onde vai tudo
isso? As pessoas se movem sabendo ou não aonde vão chegar, tantas
possibilidades, um mar de infinitude e eu aqui escrevendo sobre isso.
Percebi que precisamos uns
dos outros, a solidão é traiçoeira. Em nossa mente escondem-se os pensamentos
mais tenebrosos e a paciência é uma grande virtude. Há algum tempo venho
tentando saber quem sou. Pode parecer simples, mas não é mesmo. Simplesmente
não consigo me definir, sei o que gosto, o que acho, em parte sei como sou,
reconheço alguns traços de personalidade, e flexão para algumas correntes
filosóficas.
Mas quem eu sou? Eu não sei. Isso incomoda
todos os dias. Esquecer que ainda não sei é confortável.
Quero ter amigos, quero ter
dinheiro, quero lazer e diversão, quero proporcionar bons momentos a quem amo,
quero ser forte, quero segurança ,quero a certeza que não tenho, quero que a
vida seja mais do que acordar todos os dias e ir trabalhar, quero não ter que
ter um motivo para falar com quem eu gosto, quero que “tudo bem?” não seja só
uma pergunta retórica, quero o mundo melhor, quero dormir mais, quero ir a
lugares bonitos, quero não me preocupar com o que os outros vão pensar, quero
que me aceitem como eu sou, quero que este mundo não seja um lugar de
penitência.